sexta-feira, 6 de abril de 2012

Memórias do Medo

(por Fábio Abreu)
Às vezes me pergunto se meu maior defeito era realmente a impulsividade, como todos falam. Entendo que impulsiva é uma pessoa que não só age pelo calor do momento, mas também é uma pessoa ausente de medos.

E como um ser em sã consciência pode afirmar não ter medo? Medo de nada?
Um dia entendi que no fundo todos têm medo de alguma coisa. Eu não sou diferente... Já tive medo de perder, mas tive mais medo de ganhar e não saber o que fazer.

Já tive medo de ir, mas descobri que meu medo na verdade era ficar, e ficar só.
Já tive medo de tentar, mas já tive mais medo pela consequências por ter tentado.
Já tive medo de amar para não sofrer, mas acabei tendo mais medo de ter que deixar meu coração frio voltar a amar.
Já tive medo de perder um amigo, mas já tive mais medo de mudar ao ponto de deixar de ser o amigo dos meus amigos e me tornar um estranho.
Já tive medo de lutar pelo que acreditava, mas descobri que tinha medo de acreditar pelo que eu lutava.

Um dia percebi que meu maior defeito era ter medo de ter medo.
Por isso me tornei uma pessoa impulsiva, que age pelo calor do momento, sem pensar muito.
Pois se me permitisse refletir por um momento que fosse... teria medo de arriscar, teria medo de sentir medo e jamais daria um passo adiante na minha vida, que confesso... foi maravilhosa!
Eu venci o medo.


Prefiro quebrar a cara tentando, que sofrer pelo remorso de nunca ter sequer tentado.”
(Fábio Abreu)

Qualquer coisa é possível se você tiver coragem.”
(Joanne K. Rowling)

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Você é

(por Rayanne Melo)
Você é a mentira
Eu sou a verdade
Você é a letra
Eu sou a composição

Você é a nota
Eu sou a melodia
Você é a rosa
Eu sou a florista
Você é nada
Eu sou o tudo

Você é a dúvida
Eu sou inspiração
Você é a tempestade
Eu sou a calmaria
Você é alegria
Eu sou a dor

Você é paz
Eu sou a guerra
Enfim nem tudo o que eu fale será capaz de transmitir o que eu sinto por você...

terça-feira, 3 de abril de 2012

A diferença crucial entre escrever livros e ser escritor.

Esta entrevista com o escritor português José Jorge Letria me fez pensar sobre uma pergunta crucial que todos que escrevem histórias de ficção devem se fazer:

Você quer escrever livros ou você quer ser escritor?

Sim, existe uma diferença muito grande entre um desejo e outro.



Se você quer escrever livros, você deseja ser um autor.
Você acredita que tem ideias interessantes, que podem resultar em boas histórias. Você acredita que algumas dessas histórias tem o potencial de despertar o interesse de um público grande o suficiente para atrair o interesse de uma editora. Sua maior meta é desenvolver a habilidade de manter o leitor interessado na sua história, da primeira linha até o último ponto final. Palavras são ferramentas para transmitir suas ideias e pensamentos.

Se você quer ser escritor, você deseja ser um pensador.
Você acredita que tem uma visão única sobre o mundo, que podem resultar em histórias que vão tocar a vida de outras pessoas. Você acredita que algumas dessas histórias têm o potencial de despertar mudanças reais na sociedade. Sua maior meta é desenvolver a habilidade de fazer o leitor sentir de verdade o drama dos seus personagens, da primeira linha até o último ponto final. Palavras são suas aliadas nos seus incansáveis esforços de dar sentido ao mundo.

Ainda está na dúvida se você quer escrever livros ou ser escritor? Então responda a essa pergunta: se você soubesse que nunca seria publicado, que ninguém além de algumas poucas pessoas leriam suas histórias, você as escreveria mesmo assim?

Se sua resposta é afirmativa, provavelmente você quer ser um escritor. Se sua resposta é negativa, grandes chances de que você está mais interessado em fama, reconhecimento ou dinheiro.

Se você decidir que quer ser escritor, abaixo estão 4 das dicas mais importantes que o José Jorge Letria dá nesse vídeo:

1. “Ser escritor é [...] um trabalho rigoroso e exigente. E que ninguém se convença que só por ter jeito ou habilidade consegue tornar-se escritor.”

2. “Raro é o dia em que eu não escreva. Com disciplina, com dedicação e com exigência. Só assim um autor pode conquistar o seu lugar e assumir-se também como um profissional daquilo que faz.”

3. “Escritor, como um músico, um pintor, como um coreógrafo [...] precisa de ter uma enorme dedicação, uma grande capacidade de entrega àquilo que escolheu para ser o seu trabalho.”

4. “Se quiserem ser escritores, escolham esse caminho sem hesitação, mas sempre com a convicção de que é preciso trabalhar muito para se merecer esse título.”

Assista a entrevista no vídeo abaixo.

E você, quer escrever livros ou ser escritor?

Postado originalmente no blog ficcao.emtopico.com